- Minha vó tá sendo atacada por haters do Twitter.
- A dona Conceição usa o Twitter?
- Eu fiz pra ela.
- Pra quê?
- Pra ela interagir, uai.
- E quem atacaria aquele doce de pessoa?
- Então, a culpa é um pouco minha, porque eu fiz uns tweets
pra ela que viralizaram.
- Você fez um fake da sua avó, Cami?
- Descobriram nossos celulares e o nosso endereço, agora
fudeu.
- O que você tweetou?
- Chupe sua mina.
- Só isso?
- Me empolguei e depois escrevi “Sou maconheira feminista e
não passo beck pra machista.”
- Que original.
- Ai, eu sei. Tô nervosa, não me julga.
- Isso aí no twitter equivale a xingar Maomé em Meca. Mas
passa.
- Mais ou menos. Rolou uma divisão.
- Problematizaram a velha?
- É. Primeiro a esquerda printou e saiu compartilhando,
tipo: olha que bonitinha a idosa progressista. Aí rolou stress do outro lado,
nazi ameaçando minha avó e o caralho.
- Tadinha.
- Aí fiz outro tweet para dizer que foi minha neta a autora,
ou melhor, que tinha sido eu.
- Acalmou?
- Nada. O Kim Kataguiri fez textão para dizer que a feministinha
aqui usa a própria avó, que isso é nojento, enfim, fez um puta auê e expôs meu
perfil.
- Esse bosta reclamando de mensagem fake?
- Olha a audácia do filho da puta! Só que teve cem mil
compartilhamentos.
- Ignora os bolsominions.
- Aí não me segurei e defendi a minha neta, ou seja, eu
mesma, pelo perfil da vovó. Já tinha limpado a barra da véia e agora tão
chamando ela de marxista de novo.
- Apaga essa conta, Cami!
- Já apaguei, mas você não sabe o que rolou ontem na feira.
- Na feira?
- Aquele babaca do canal Mamãe Falei foi provocar minha vó e
levou com a sombrinha na fuça. Depois postou vídeo pra mostrar a cicatriz.
Pesquisa aí.
- Achei. Mamãe Falei versus Dona Conceição. Hahahahahahaha!
- Não ri não porque a gente vem recebendo ameaça pelo
celular.
- Troca o número.
- Tô com medo de incendiarem nossa casa. Posso dormir aqui?
- Pode, mas vai deixar a dona Conceição sozinha?
- Despachei e véia pra Holambra e pedi para ela não postar
nenhuma selfie com flores.
- Coitada. De que vale visitar Holambra assim?
- Clandestinidade, Aline. Onde eu durmo?
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